domingo, 25 de março de 2012

fotos do interior do Bossa Nova






foto do valente cangulo e sereia da Marina


Um passeio para abraçar o Bossa Nova






Mudamos do nosso Bossa Nova em novembro de 2010 e passamos a morar em Belém/PA, desenvolvendo o Projeto Amazônia Transplantes. Em março de 2011 voltamos ao barco com uma amiga americana , Lia e passamos uns dias na Ilha Grande. Tudo muito tranquilo e agradável, mas logo tivemos que voltar para Belém.
Neste ano trabalhamos duro e apesar de algumas tentativas não conseguimos vim ver o Bossa Nova. As idéias se sucediam:como leva-lo para a Amazônia( Belém, Santarém...)
Nossa preocupação que o barco estivesse se deteriorando era grande. Neste meio tempo tivemos que trocar as baterias e retocar o verniz dos detalhes de madeira do convés. Alguns convidados não desejados ( brocas ) foram localizados e eliminados com uma poderosa detetização. Por último o TOM, nosso bote de apoio, teve que passar por uma cirurgia plástica pois teve alguns descolamentos. Após o tratamento ficou zerado.
Surgiu a oportunidade e mais uma vez apareceram inúmeros compromissos inadiáveis e já a sensação de culpa por deixar alguns dia o trabalho. Criamos coragem e nos cercamos de bons amigos para segurar as pontas, raspamos as milhas do cartão e a tripulação se pôs em marcha, quase por decreto.
A Márcia foi alguns dias antes para um Congresso em São Paulo e eu e a Marina juntamos as tralhas e fomos 3.000 Km para o Sul até São Paulo, de avião.
Ao chegarmos em São Paulo alugamos um poderoso UNO que seria nosso apoio na viajem. Pegamos a Márcia na casa de uma amiga a Regininha e fomos para a casa de minha mãe, Dona Yva, que como de costume, já tinha preparado tudo para o aniversário da Márcia. Vieram meus irmãos, Mara e Marcelo com os respectivos Eliana e Luiz Henrique e ficamos conversando até tarde.
No final da manhã do dia seguinte tínhamos conseguido colocar as coisas no super uno com a tripulação pronta partimos para Ubatuba. Resolvemos parar no Peixe com Banana, sub sede do “ Clube dos Velejadores”, como Bernardo e a Rosangela do veleiro Terrius chamavam. Este era um lugar de parada obrigatória quando íamos para Ubatuba acompanhar a construção do Bossa Nova e fazer os inúmeros planejamentos com o Conrado.
Ao Após saborearmos o imperdível badejo grelhado com o arroz de alho e de sobremesa a tradicional banana com canela, fomos para o centro de Ubatuba comprar as provisões. No caminho a Marina avistou o Aquário e mais uma vez fez questão de dar “só uma olhadinha”.
Ver a carinha dela com os olhos brilhando a cada tanque que se sucedia e as expressões de exclamação como se fosse a primeira vez, valeu a pena mais essa olhadinha.
Fizemos um mercado rápido e partimos para Bracuhy. A cabeça não parava de pensar, como estaria o barco, se deveríamos continuar com ele ou se seria mais lógico vendê-lo. Se deveríamos deixá-lo em Bracuhy ou leva-lo para a Amazônia, quem sabe para Salvador?
Estas dúvidas estavam nos tirando a paz.
Cheganos em Bracuhy no final da tarde e o Hudson, nosso marinheiro, estava nos aguardando. Entramos no cais C e lá estava ele, o Bossa Nova, limpinho e cheiroso, como tinhamos deixado há um ano atrás. Fomos tomados de uma emoção profunda e os três se entreolharam e sem dizer nenhuma palavra a mensagem era uma só. Que bom que estamos em casa de novo.
Os fantasmas iam se dissipando, pois o Hudson tinha cuidado muito bem do Bossa e tudo estava funcionando, no lugar.
Arrumamos as tralhas e íamos lembrando e redescobrindo tesouros escondidos, com lápis de cor, cadernos de pintura, a guitarra da Marina e seus bichinhos.
Como já era tarde resolvemos comer um carninha no amigo francês do cais e fomos dormir felizes.
Pela manhã iniciamos a faina de pegar gelo, completar os tanques com água e checar tudo.
Tudo Ok. Lá vamos nós. Como de costume fizemos um reunião para planejar as manobras de saída da marina e o reabastecimento. Quase tudo liso...também 1 ano depois...
Saímos de Bracuhy em direção ao quintal de casa, Ubatubinha. O vento ameno, sempre do proa e a Márcia notou um barulho estranho do motor quando em baixa rotação. Fizemos os testes em alta e baixa e constatamos que não havia comprometimento do desempenho. Vamos em frente e depois faremos os reajustes.
Passamos pela Ilha da Gipóia e avistamos o quadrado de cimento que denuncia a entrada do Baia do Sitio Forte, muito útil para nossa orientação. Surpresa não tão boa foi avistar um imensa plataforma de petróleo logo na saída da Enseada do Bananal.
Cerca de duas horas depois estávamos entrando em Ubatubinha e pegamos uma boa poita perto do bar do Lelé. Mais uma vez uma manobra quase perfeita, mas foi de "prima".
Como estava nublado e nós sem vontade de sair do Bossa Nova, resolvemos ficar por ali mesmo e curtir a ancoragem. Passamos a fazer mais algumas arrumações e a Marcia se inspirou para checar como estava o fogão. Mais um boa surpresa, o fogão funcionava muito bem e com a costumeira eficiência. Pouco tempo depois estava saíndo uma macarronada alho e óleo com azeitonas pretas e nozes, que banquete!
Enquanto comíamos no cockpit a Marina resolveu dar um pouco de pão aos peixinhos (na proporção de 2 pra ela e 1 para os peixes ) que sempre apreciavam muito. Os gansos não demoram e também vieram dar as boas vindas. Não me lembro de outro lugar em que os gansos nadem no mar.
Escureceu cedo, meio nublado e fresquinho, um kit perfeito para a tripulação cansada dormir cedo.
Todas as dúvidas pareciam estar amenizadas e embora ainda não resolvidas pareciam em compasso de espera.
Pela manhã, bem cedo, a Marina entrou no quarto, dizendo que já tinha arrumado a mesa do café da manhã e que aguardava seu “ colate de beber”, leite com chocolate matinal.
Demos uma olhada pela vigia de popa e constatamos que a previsão do tempo estava certa: sol, mar lindo esverdeado e aquele barulhinho no casco que a água do mar faz.
Aquela sensação nos remeteu ao tempo em que está era nossa rotina de todos os dias.
Fomos então para a sala e vimos que a Marina realmente tinha arrumada a mesa. Que progresso! É muito gostoso ver com a Marina se integra ao dia a dia do barco e como fica a vontade.
Durante o café da manhã conversamos sobre os planos do dia e resolvemos não ter planos e ficar aproveitando a praia.
Pegamos o Tom e fomos remando até a praia. O tempo traz coisas boas, melhoramos nossa sincronia no remar e até a Marina ajudou.
Passeamos pela praia e catamos muitas conchas de formas e cores diferentes. Pedimos licença aos gansos que estavam se secando ao sol e passamos.
No canto da praia tem um fonte de água doce geladinha e limpa, essencial para uma boa refrescada.
A Marininha resolveu por em prática seus dotes arquitetônicos e construiu um castelo de areia todo decorado com as conchinhas. Enquanto construíamos o castelo éramos observados por um siri albino que ia e vinha da sua toca como num bale.
Com o sol já a pino e as barrigas já apresentando os primeiros roncos, resolvemos fazer uma visita ao Lelé. Pegamos o Tom e fomos remando, era perto e agradável, sem correnteza ou vento. Pedimos uns pasteizinhos e uma batida de coco, talvez a melhor do mundo!
Dois dedinhos de proza com o Lelé para saber das novidades e a constatação que nada mudou. Que bom.
Naquela noite ficamos por lá mesmo e tivemos a oportunidade de contemplar um céu forrado de estrelas, tantas que parecia poeira. Este céu é um convite a filosofia e a reflexão sobre a vida. Momentos perfeitos que o dia a dia da cidade, corrido, acabamos esquecendo.
No dia seguinte fomos para o saco do céu e nos sentimos como antigos piratas a procurar o esconderijo perfeito. Quando se olha de fora não se consegue ver a entrada da baia.
Ancoramos nosso barco e começamos a nos preparar para um merecido descanso. A Marina então resolveu que deverímos pescar. Mesmo sem muita convicção, peguei minha vara, “ ecológica”, com um currículum não dos melhores em pegar peixes, a isca artificial e vamos lá. Após algumas tentativas infrutíferas resolvemos encarar o problema. Que tal trocar esta isca artificial por algo mais emocionante? Olhamos para o lado e a resposta parecia lógica, o salame. Não é que deu certo. Pegamos um bagre que em poucos minutos era parte de nosso jantar e a Marina orgulhosa do feito.
A noite estava especialmente linda, mesmo sem lua, muitas estrelas e noctilucas brilhando no mar a cada peixe que passava, lindo.
Quando jogamos, os restos mortais orgânicos do jantar, ao mar foi um festa de cores com o movimento dos peixes.
Pela manhã tomamos um gostoso café da manhã e resolvemos ir até Palmas.
Passamos pelo Abraão e nos dirigimos para enseada de Palmas. É uma parte da Iha Grande onde as vagas são algo maiores pois estamos no limite do mar aberto. Ao passar pela Ilha das Palmas lembramos que na noite que fomos para o Rio de janeiro, na primeira vez, estava nublado e tinham tantos barcos ao redor desta ilha que no radar parecia uma cidade.
Ancoramos e soltamos cinco vezes a profundidade. Só usamos corrente o que nos dá segurança. Pegamos o Tom e fomos para a praia, no caminho um linda tartaruga veio dar as boas vindas.
Estavamos passeado na praia quando vimos que o tempo estava mudando e o mar ficando cada vez mais agitado. Decisão foi rápida, nem pensar em dormir por aqui nestas condições. Vamos embora.
Saímos em direção a Enseada do Sítio Forte aproveitando o passeio. A Marina está na fase de documentar tudo que acontece com desenhos e lá estava ela na lida de desenhar.
Chegamos no final da tarde em Ubatubinha, pegamos nossa poita e resolvemos tentar a sorte na nossa vara não mais ecológica.
Passamos direto para a tática do salame. O peixe roubou vários salames e já tínhamos concluído que se tratava de um peixe italiano. Mas... de repente um puxão grande e a vara vergou muito. Momento de euforia a bordo e apreensão até que conseguimos tirá-lo da água. Era um cangulo ( tiger fish ) de cerca de 1 Kg. Sempre ouvi dizer que os peixes coloridos não são muito bons para comer. O tal do cangulo contrariava a regra, pois tem carne branca firme, praticamente não tem espinhos e a pele se solta com facilidade. Os três devoraram o peixinho entre suspiros de prazer, por tê-lo pego e por ser tão gostoso.
A última noite foi regada a um bom vinho, com este cardápio invejável e um cenário de estrelas dignos da ocasião.
Pela manhã logo após o café da manhã saímos em direção a Bracuhy. Não existiam mais as dúvidas que angustiavam, nosso coração e a tripulação em unisso tomou a decisão. Vamos ficar com o nosso Bossa Nova.
Felizes, demos uma geral nele antes de partir, vistamos nosso amigo Ricardo Lepreri em Bracuhy e fomos pra Paraty. Cidade estava linda, calma mas com bares e restaurantes com velas sobre as mesas e muita Bossa Nova no ar.
Depois fomos para São Sebastião , ligamos para uns amigos e fomos matar a saudade comendo um bom camarão e peixinho. Seguimos para Ilhabela....Ah ! como é linda essa ilha tantas boas recordações.....Ficamos na casa de nossa querida amiga Gabriela, mas muitos amigos ofereceram a casa para ficarmos....Foi muito agradável e percebemos emocionados que como fizemos laços fortes com nossos amigos da Ilhabela, nossos tesouros “ da vida no mar “. Saímos da Ilha já pensando na volta ...que esperamos ser breve.

domingo, 28 de novembro de 2010

Tempo,tempo,tempo.....





Queridos, faz tempo desde a última atualizada, mas temos novidades…

Bem, ficamos no Rio muito mais tempo do que panejamos . Este período foi muito rico, aproveitarmos nossa rotina à bordo, ficamos mais perto do Mauro, profundas conversas, laços mais fortes, família. Kasuo…uma ótima companhia, solidariedade, sapiência oriental e ótimas comidinhas também.
Mehoramos nossa técnica nos trabalhos diários do barco, conhecemos pessoas muito interessantes. Respeitamos o tempo de tudo….da natureza, o nosso em relação adaptação a rotina à bordo, ao tempo cronológico, que nos fez refletir e não correr para chegar, e sim aproveitar a viajem seja ela para onde for. Ficamos mais fortalecidos.
Tentamos sair com aquela frente fria. O Kasuo embarcou à tarde e como previsto, chovia e ventava…de madrugada o barco arrastou , arrumamos um novo lugar e esperamos amanhecer para sair. Saímos as 6:30 sem chuva com vento em torno de 12 a 15 nós sudoeste. Mar grosso, muito desconforto na saída da baía da Guanabara. Depois de mais ou menos 1hora e meia de viajem Marina já tinha vomitado mais de cinco vezes e não conseguia se hidratar….Ficou molinha, páliada, enfim, avisei o restante da tripulação. Pensamos…. o Bossa Nova estava começando a ficar mais confortável, só na vela, com ondas de quase 2,5 m. Andava muito bem. Mas como estávamos a 10 horas de Cabo Frio e não sabíamos como ela ficaria, tomamos a decisão de voltar. Esta decisão, sabíamos, que seria responsável por deixar o barco no Rio , pois não teríamos mais tempo hábil….Nosso trabalho que começaria em janeiro irá começar em dezembro e tínhamos infinitas providencias a tomar em terra, em Belém. E sair correndo, direto até Recife , estava fora do nosso objetivo que era desfrutar das paragens com tranquilidade.
Depois de 2 horas estávamos novamente na baía da Guanabara e Marina começou a melhorar. Arrumamos as coisas e fomos trabalhar e pensar.
Após 1 semana voltamos decidos a deixar o barco em Angra e desfrutar da tranquilidade e beleza do lugar que tanto sonhamos estar com nosso barco….Seria tranquilo para Marina e bem mais perto do Fe, da Lu e dos amigos de São Paulo que nem conheceram o barco .
Decisão tomada, avaliamos a previsão do tempo e decidimos partir no dia 14 de nov às 22h. Mauro e Paulo foram conosco. Noite Linda, muitas estrelas, luzes do Rio de Janeiro …magnífica visão. Mas havia muitos navios, e atenção total durante à noite. Mar tranquilo, vento favorável, estrelas cadentes, vela grande para ajudar, mas o vento era fraco.
O dia raiou num espetáculo de tons laranja, rosa, vermelho, , o mar acalmou , parecia que estava observando…..contemplação, agradecimento aos Deuses e Deusas da natureza.
Entramos na baíada da Ilha Grande com um vento delicioso, céu azul, sol. Muitas conversas gostosas, e claro, Mauro e Paula depois de conhecer as belezas deste lugar e terem gostado do dia a dia a bordo , estavam decididos a comprar um veleiro, talvez um atol 23.
Fomos direto para Ubatubinha, nosso cantinho, Lelé nos recebeu com uma ajuda pegando a poita. Colomamos o Tom na água e fomos tomar uma batitida de côco e comer pastéis. Conhecemos um pessoal da França muito bacanas e como de costume no mar, batemos um longo papo.
À noite fizemos uma bacalhoada e jogamos conversa fora no cockpit. No dia seguite fomos direto para Bracuhy , pois o Mauro e Paula tínham que ir embora e iam ver se achavam um atoll 23 por lá. Tudo corrido, chegamos na Marina sem ninguém para ajudar ou definir onde iríamos parar. Rolou um stress….mas no final tudo deu certo.
Eles se foram e nós ficamos arrumando o barco e conversando com ele….Agora, depois de 3 meses vivendo à bordo, iríamos passar a nos ver de vez em quando….Bateu um aperto, mas acho que foi a decisão correta. É que essa vidinha é muito boa e o Bossa Nova é muito companheiro, aconchegante, marinheiro…Saudades, mas logo estaremos de volta. Temos uma nova missão , um novo trabalho que também inclui dias de folga à bordo, nos cantinhos tão sonhados, com nosso amado barquinho.
Até breve. Bossa Nova. Te amamos!!!
Como o bossa nova é eclético, deixamos uma música do Caetano ….para refletir sobre o tempo, sobre as coisas da vida ,suas passagens.

Agradecemos a todos que acompanharam a construção deste sonho, aos tripulantes da web, como são todos amigos, agora podemos combinar para passarmos uns dias juntos.
Bons ventos
Marcia , Maurício e Marina.

Oração ao tempo- Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

domingo, 17 de outubro de 2010

Jardim Botânico








Ontem o Kasuo nos levou ao Jardim Botânico. Um lugar inesquecível para os amantes da natureza. Impossivel nào ficar emocionado com a sinfonia de pássaros, barulho das águas, do vento nas árvores. Logo na entrada havia uma escultura de um grupo de mulheres dançando em círculo, movimentos suaves, lunares, ao sabor dos ventos, celebrando a Grande Mãe…lindo, saudades das amigas de dança tribal da Ilhabela, quase criei coragem para dançar ali, mas dançei nos meus pensamentos…

Caminhamos por diversas alamedas, observando a diversidade das espéceis de árores, flores pássaros, sempre sobre os braços abertos do Cristo redentor. As palmeiras imperiais nos faziam viajar no tempo e imaginar porque tudo não esta’ tão cuidado como este jardim…..Uma ilha em volta de muitos problemas, mas ele está aqui ainda, perto de nós para ser comtemplado, servir de inspiração para tantos poetas, enamorados, fotógrafos , pintores etc. Realizei um sonho, conheci o espaço Tom Jobim, lindas fotos do poeta maior, suas partituras, rabiscos, fotos com Vinícius de Morais, trechos de poesia. Uma emoção. Entendi porque tanto amor por este lugar….

Caminhamos, Kasuo observando, indicando o melhor angulo para observar as árvores, sempre de baixo para cima para analisar suas copas . Falamos sobre bonsai, e ele japonês nada ortodoxo, não gosta, pois acha que as plantas sofrem, perdem a chance de seguir seu curso. Acho que ele está certo.

Marina caminhou bastante, cansou pediu colinho, mas quando viu as tartarugas e ainda por cima pondo ovos, ficou eufórica, conversava com as tartarugas , dizia que ela as via no mar, do lado do Bossa Nova, uma fofa!!!


Também havia uma exposição de fotos cujo tema era pais e filhos. Fotos de pais e seus filhos em diversos países, no meio de suas culturas, cores, traços, bem bonito e ficamos com muita saudade do Fe e da Lulu!!

Voltamos para Marina da Gloria, num lindo final de tarde, com direito a uma bela luna à noite , mas nem tudo estava perfeito. Rolou uma balada, daquelas que toca o mesmo tum,tum,tum a noite toda, mas isso não atrapalhou nosso sono de pedra, pois pela manhã fizemos revisão de 50 horas do motor, demos uma geral no barco, saímos para a civilização para almoçar e depois finalizamos com este passeio.
Agora nos preparamos para póxima perna, e hoje fomos cedo ao mercado, compramos as provisos e saímos da marina da Glória para nossa prainha da Urca. Um veleiro enorme com bandeira belga pegou “nossa vaga , a baía estava disputada….havia um veleiro clássico lindo de mais ou menos 30 pés casco azul marinho, mastro de madeira com bandeira da nova zealandia, outro francês de seus 40 a 50 pés, além dos moradores tradicionas : Acauã, Unlimeted, e uma lancha catamarã e outros veleiros de passagem. Achamos um cantinhos e jogamos ferro a primeira tentative não ficamos bem, e os belgas subiram ao convés como quem diz, aí não vai dar certo, saímos e fomos mais pra for a da baía.

A frente fria chegou, sudoeste, 10 a 12 nós, céu nublou e ficou mais frio…Esperamos que este vento nos leve com tranquilidade até Vitória…

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rio de janeiro











Rio de Janeiro

Após uma boa noite de sono, acordamos com a baía da Guanabara como um lago, dia estava um pouco nublado, tomamos nosso belo café da manhã, e começamos arrumar a bagunça. Ao nosso lado havia dois veleiros um cal 9,2 e um brasilia 32. Vimos um de nossos vizinhos saindo no botinho e o chamamos para vir ao barco. Era o Patricio, simpatico argentino, que vive a bordo com sua esposa há 6 nos. Deu as dicas do local, falou que é muito seguro, ele deixa o botinho na praia enquanto faz suas compras, avisou sobre o vento forte que ia chegar etc. . Combinamos de fazer algo juntos no Bossa Nova.

A Urca é um lugar especial no Rio de Janeiro, uma viajem no tempo, casas lindas, de vários estilos, mas com carinha de casa aconchegante, portões baixos, flores nas janelas, parecia que estávamos nos anos 50/60. Muitos pássaros e micos pulando nos galhos das árvores. E é bem seguro, para velejadores é um daqueles lugares perigosos, pois dá vontade de ficar muito tempo…..em frete a praia do antigo casino, tem bancos, mercado, banca de jornal, lixeira, guarda vida que sempre da uma olhada no botinho, ônibus fácil para o centro e a pizzaria entrega pizza para velejadores é só ir pegar na praia. Adoramos !!! E para melhorar, o Mauro irmão do Mauricio mora numa ruazinha linda , do lado do Bossa Nova, menos de 50 metros da praia.
Sabendo que entraria um vento forte, mudamos o barco de lugar, para um angulo mais seguro. No final da manhã entrou a atividade pre frontal, forte, carneirando na baía. Nosso amigo Kasuo que veio no veleiro Santa Clara dar um oi, voltou rápido para a marina , pois a coisa tava pegando….Demos 60 metros de corrente e esperamos….As rajadas chegaram a 40 nós!!! A noite toda, só acalmou depois das 4 da manhã. Longa noite, não dormia, preocupada se o Bossa Nova aguentaria a pauleira. …Mas, como todas as tempestades : no mar, terra ou nas profundezas da alma….elas passam!!! Ficamos contentes com o comportamento do barco. Dentro dele estávamos aquecidos, quase não sentíamos sua dança no vento, sensação de segurança. Para Marina, era como se nada estivesse acontecendo, fazia seu quebra cabeça da Barbie sereia, e outros mais, bricou de panelinha e dormiu.

No dia seguinte, ainda chovia, ventava mais leve e nosso amigo Kasuo veio nos ajudar com o motor. Uma epopéia para chegarem a remo, contra um vento de 10 a 13 nós….chuva, mas chegaram. Ele ohou o motor,deu uma mexida no rele de partida e tudo certo, funcionou!. Passou o dia conosco, conversamos muito. Como aprendemos com o Kasuo….Daí quando falavamos que estávamos preocupados com o proximo trecho, devido a época do ano, Marina etc…Ele falou que estaria disponível para ir conosco !!!!!Oba, uma boa companhia e ajuda!!!
Parou de chover, deu um mormaço , baía estava um lago….Era a natureza e seus ciclos, suas frentes, torrentes e agora como diz meu querido Tom Jobim :“muita calma pra pensar e ter tempo pra sonhar “. E assim fizemos, brincamos na popa do barco com Marina, ela conversou com o mar, dizendo que ia cuidar dele, que não ia deixar cair sujeira ….. Pensamos no nosso roteiro, comtemplamos a vista, brincamos no botinho. Mas estávamos ansiosos par ver o Mauro e a Paula que chegariam de São Paulo e viriam jantar conosco. Assim que o Mauro desceu do avião ligou e disse : vi vocês lá de cima. Fizemos um risotto de bacalhau. Mauricio foi pegá-los na praia de botinho, tudo certo sem vento!!!! Troxeram um kit Siciliano que Mauro ganhou de um aluno: queijo, vinho etc. Trouxeram presentes para Marina que vovó Vevé e Tia Mara mandaram e deram uma boneca de pano muito engraçada, que ela chamou da Xinbica. O Mauro troxe o violão e fez uma seleção de Bossa Nova….Cantamos, cantamos, também ouvimos ele tocar músicas cubanas, poemas lindos….A noite estava uma delicia, eles dormiram no barco…….Foi muito gostoso.
No dia seguinte no café da manhã o Mauro falou de seu interesse em comprar um veleirinho para passear pela baía… Agora mais um para o time.
Fomos para terra, resolver coisas…terrenas: contas, roupas sujas etc. e voltamos paea o barco para planejar o roteiro. Vimos que havia uma frente fria com vento muito forte de leste , ondas e resolvemos esperar passar….
Este periodo foi muito importante, pois estamos tendo tempo de criar nossa rotina a bordo com Marina, conhecer o compoetamento e funcionamento das coisas no barco e arrumá-las. Fiz um diagnóstico de uma vazamento num local de difícil acesso na pia e arrumei, não ficou perfeito, mas ….deu certo !
Incrível como a manutenção de um barco nesta fase de “descobertas “ nos envolve , demanda tempo….. Mas é assim mesmo, tem que cuidar.
Percebemos que ficaríamos mais tempo que o esperado no Rio, decidimos ir a Sampa, matar saudade do Felipe, Luiza ( estava viajando ) , do Naninho ,Vevé e do restante da família . O barco ficou na Marina da Glória.
A Marina da Glória é bem interessante, abrigada, mas sentimos falta de alguns servicos : Mercado, lavanderia, posto de disel etc.
Fizemos amigos logo que chegamos, o povo do mar é muito bacana. Tem gente que mora aqui gente que tem barco e vem quase diariamente dar uma olhadinha e ver amigos, enfim, pessoal legal.Conhecemos o Victor um oceanógrafo que mora em um veleiro Boto 16 todo arrumadinho, com soluções para driblar o espaço ou seja a falta dele.O Ivo que tem um Arpege 30 clássico muito bonito, foi gentil e nos deu seu livro, "muito dinheiro. Grandes problemas".Encontramos com um frances o Axel, que é casado como uma francesa que comprou o Maitaroa , barco que o Cabinho e sua familia foram para a Africa do Sul. Agora estão no sul da França no Mediterrâneo. Ganhamos camisetas da turma do "Animares da Marina ". Também conhecemos o Celso que construiu pelo menos 2 barcos do Cabinho e já velejou bastante por aí, deu dicas , gostou do barco e nos autografou seu livro : memórias da varanda.
O Bossa Nova recebeu muitas visitas de pessoas do mar que queriam assuntar aquele barco diferente nestas paragens. Os velejadores que encontramos não se caracterizavam pelo número de pés do seu barco, mas pela suas experiências, vontade de dividí-las, solidariedade e amor pelo mar.

Em um desses dias fez um belo sol e saímos com o Mauro para abestecer de diesel e dar uma velejada…uma delicia…..
O Kasuo nos levou para passear no Forte de Santa Cruz da Barra em Niterói. Lindo lugar, uma viagem no tempo. Vista fabulosa da entrada na baía da Guanabara, e entre muitos canhões, havai flores, um céu azul e o Corcovado…..
Ontem dia estava bonito , saímos com Mauro para velejar…. o Bossa Nova estava com suas velas cheias, vento de 16 a 17nós de través e fomos até Niterói. Fizemos 6,6 nós de velocidade. O barco veleja gostoso, estável, ficamos felizes com o seu desempenho . Voltamos para Marina e estamos aguardando o tecnico da Yamar fazer a revisão de 50 horas para planejarmos a saída para próxima perna.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

De Angra dos Reis ao Rio de Janeiro











Chegamos do Pará e fomos direto para a marina de Bracuhy, na Tlaloc encontrar o Bossa Nova. Marina foi correndo e conversou com ele : Bossa nova eu já voltei, não precisa chorar mais, tô aqui e vou cuidar de você”. E assim fizemos: limpamos, arrumamos e perfumamos!!! O bimini e a batcapa estavam ótimos. A vela que encomendamos ficou linda : área reduzida, para velejarmos á noite com mais segurança de cor laranja fosforecente. Foi aí que conhecemos o Christian, do veleiro Bacanas que deu a volta ao mundo com sua esposa e trabalha na Tlaloc, fazendo velas….Deu muitas dicas , nos ajudou com a previsão do tempo, enfim….conhecemos pessoas muito legais neste período . Ana nos deu varios presentinhos muito úteis , arrumaram várias outras coisas do barco. O pessoal é muito bacana e profissinal, dá gosto de ver o serviço deles com carinho e competência e facilitam na hora de pagar.

No dia 29 de setembro, soltamos as amarras do cais da Tlaloc e fomos para o Pirata’s mall fazer compras : mantimentos, uma vara de pescar, vai que damos sorte…. Bem, a primeira coisa foi ter que explicar para Marina que onde estávamos não era o lugar dos “piratas maus “…..Achamos uma boa vaga para o barco, parecia estar estacionado no shoping , só que bem mais fácil. Fizemos as compras e seguimos para nossa querida enseada de Ubatubinha……Um garoto veio num botinho e nos deu a poita, muito gentil o pessoal do Lelé. Fizemos um linguini com tomate fresco, mussarela de búfalo e manjericão , Marina dormiu cedo e nós ficamos no cockpit admirando a noite, conversando.

Logo cedo ( bem cedo !!) Marina veio dar beijos de bom dia…..Tomamos café ao som dos gansos, que vieram reinvidicar seu pãozinho matinal. Quando saímos no cockpit havia uma casal num botinho admirando o Bossa Nova, eram argentinos estavam de ferias em família. Bem, arrumamos as coisas e fomos para enseada das Palmas. No caminho o Mauricio nos chamou para ver algo estranho no horizonte e de repente vimos um pinguim, perdido nas nossas águas E nós que achamos que estávamos navegando longe. Marina adorou, mas perguntou se ele estava perdido de sua casa, o aquario, pois ela só tinha visto pinguim no aquário de Ubatuba. Logo em seguida fomos saudados por um grande cardume de golfinhos que fizeram sua dança ao nosso lado….Lindo!!!Marina pulava de alegria, e falava “golfinhos, amo muito vocês, eu amo….”Valeu o dia!!!!!

Fazia tempo que não íamos para Palmas, a enseada estava diferente. Mais habitada, havia um bar flutuante, turistas. Um veleiro argentino e nós. O dia estava bem bonito, passeamos pela praia, andamos no botinho e dormimos cedo . Revimos a previsão do tempo mais uma vez, que o Cristiam e a Fernanda tinham imprimido e optamos em sair 4:00h, pois navegaríamos menos tempo durante a noite e chegaríamos no Rio num horário razoável. Quem consiguia dormir imaginando como seria esta navegação que tínhamos programado. Será que tinha sido a melhor opção?
As 4:00h o dispertador tocou e rapidamente ligamos o motor. Demos uma olhada em volta, havia alguma nebulosidade mas era possíel enchergar a silueta da Ilha das Palmas e seguimos deixando por bombordo a Ilha e assuminos nosso rumo programado. Quando olhavamos a tela do radar ao nosso redor tinham tantos alvos e pontos de luz a nossa frente que ficamos na dúvida se estavamos ainda no continente ou nos dirigiamos para a restinga. Comparamos as informações que tinhamos disponíveis ( radar, ploter, GPS e visual ) e concluímos que eram muitos navios. Convocamos o James para manter o rumo e ficamos de olhos abertos

O mar estava calmo até o final da restinga da Marambaia, que parece não acabar nunca!!!!Depois o vento foi aumentando cerca de 1 nó por hora, sempre de cara e a corrente contra, perdemos velocidade. Fazíamos inicialmente os habituais 6 nós e foi caindo até 4,2 nós. O sol foi abrindo, começamos a ver o recreio do Bandeirantes , Marina acordou, e com o balancinho do mar, comeu e dormiu de novo. Continuamos nossa navegação , não velejamos, pois com vento e corrente contra o jeito era mesmo motorar.
O mundo passava rápido na nossa cabeça e se transformavam em ifinitos textos a serem escritos. É incrível como o mar tem esta capacidade de te levar a sonhar ainda mais. A sensação de paz era muito grande e os problemas pareciam mais distantes que a costa.
Muitos pássaros marinhos nos acompamhavam, principalmente os atobás, fazendo suas manobras para garantir um peixinho.
Começamos a identificar a costa do Rio e as praias. Esta cidade tem muitas histórias e muitas delas relacionadas à bossa nova e seus personagens. Passamos pela pedra do arpoador e lembramos das descrições do Tom Jobim, que olhava o mar e compunha inesquesíveis canções.
O Pão de Açucar era um ponto para lá de notável e nos ajudava a localizar a entrada da baia da Guanabara. Deixamos as Ilhas Cagarras por boreste e entramos. Muitas vagas de leste e o vento apertando. Esta sem dúvida era uma baia diferene das que estavamos acostumados.
Chegamos a Urca, na frente do antigo casino com o Cristo de braços abertos à boreste no Corcovado a bombordo o famoso bondinho. O barulho de carros, ônibus e aviões nos faziam constatar que estavamos em uma cidade grande, mas com uma belez encantadora, que nos abrigava em sua tranquila enseada, para comtemplarmos seus encantos..
Fundeamos e sentamos no cockpit, os três abraçados e comemoramos, na calada , mais esta parte da viajem em segurança.